Miastenia Gravis na Gestação: Relato de caso e Manejo na Gravidez, Parto e Puerpério
International Journal of Development Research
Miastenia Gravis na Gestação: Relato de caso e Manejo na Gravidez, Parto e Puerpério
Received 20th March, 2024; Received in revised form 18th April, 2024; Accepted 06th May, 2024; Published online 30th June, 2024
Copyright©2024, Eliandra Raquel Furtado Monteiro and Dra. Marinalva Silva de Souza. This is an open access article distributed under the Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.
Miastenia Gravis (MG) é uma doença autoimune da porção pós-sináptica da junção neuromuscular. Sua incidência varia de 5 a 30 casos por milhão de habitantes por ano e a prevalência de 100 a 200 casos por milhão de habitantes, havendo um discreto predomínio em mulheres. O curso da doença na gestação é variável e imprevisível. As mudanças fisiológicas normais da gestação podem levar à deterioração de alguma situação neurológica preexistente. Uma das complicações obstétricas mais temidas é a rotura prematura de membranas ovulares, possivelmente associado ao uso de corticoides. A via de parto deverá seguir as indicações obstétricas, porém há alta taxa de cesárea relatadas. Objetivo: Relatar a evolução da gravidez, parto e puerpério de uma paciente com diagnóstico de Miastenia Gravis, atendida em serviço público do Estado do Amapá – região Amazónica. Caso clinico: Paciente de 32 anos, parda , quartigesta, idade gestacional de 34 semanas, com queixa de contrações e perda de líquido via vaginal. Diagnosticada com Miastenia graves há 3 anos, fazia uso de prednisona 20mg/dia e piridostigmina 240mg/dia. Exame clínico sem anormalidades, não tendo referido fraqueza, dificultade para deglutir e mastigar. Exame obstetrico sem anormalidade. A ultrassonografia obstétrica mostrou líquido amniótico aumentado. Outros exames realizados estavam dentro dos valores de referência. No segundo dia de internação inicou corticoide para maturação pulmonar. No quarto dia de internação, paciente começou a referir fraqueza, astenia e dispneia, teve as medicações ajustadas para prednisona 20mg 12/12h e piridostigmina 300mg/dia. No decimo dia de internação foi diagnosticada com Diabetes mellitus gestacional. Com 36 semanas de gestação, iniciou quadro de trabalho de parto prematuro apresentando contrações, apagamento do colo e dilatação. Optou-se pela interrupção da gravidez por parto cesariano. O recém-nascido nasceu hipoativo, não chorou ao nascer, recebeu os primeiro cuidados e foi encaminhado para UTI neonatal, devido à miastenia neonatal transitório. Não houve exarcebação da doença no pós-parto e puerpério. Conclusão: O curso da doença na gestação é variável e imprevisível. Pode ocorrer remissão ou deterioração em qualquer trimestre da gestação ou durante o período pós-parto. O desfecho final foi favorável para o binómio mãe e feto.